Quimica Das Plantas

 

     As dificuldades alimentares em determinadas fases

de vida animal representam enormes barreiras à

sobrevivência de cada espécie. No caso de insetos herbívoros, o acesso a tecidos vegetais propícios a

sua fisiologia e metabolismo se torna um fator

determinante. Tais insetos podem ser de vida livre

(sugadores e mastigadores) ou internalizados nos

tecidos vegetais (galhadores e minadores). A

localização de uma planta adequada, a resistência

das folhas a condições de dessecação e as barreiras

físicas, químicas e nutricionais dos próprios tecidos

vegetais, representam os principais problemas

enfrentados por esses invertebrados (Ribeiro &

Fernandes, 2000). Nesse contexto, as inúmeras

a d a p t a ç õ e s   d a s   p l a n t a s   à   h e r b i v o r i a   e   o s

mecanismos de resposta dos insetos herbívoros a

essas adaptações, são um interessante objeto de

estudo.

Como   e s t r a t é g i a   d e   d e f e s a ,  mu i t a s   p l a n t a s

investiram na produção de substâncias químicas e

n o   d e s e n v o l v ime n t o   d e   e s t r u t u r a s   c o n t r a   a

herbivoria (Howe & Westley, 1988; Edwards &

Wratten, 1981). Muitas vezes, tais adaptações

implicam na redução das taxas de crescimento em

função do investimento na estrutura existente,

sobretudo em ambientes com estresse nutricional,

c o m o   o   C e r r a d o .   C o m o   e s s a s   a d a p t a ç õ e s

representam estruturas de defesa para as plantas,

seria mais vantajoso investir em defesas ao invés

de crescer. Contudo, essas relações aumentam ou

diminuem em função da pressão de herbivoria

(Ribeiro & Fernandes, 2000). Dentre inúmeras

adaptações apresentadas pelas plantas contra a

h e r b i v o r i a ,   e s t á   a   p r o d u ç ã o   d e   c o m p o s t o s

secundários, com destaque para os taninos. Tais

c o m p o s t o s   f e n ó l i c o s   e m   v e g e t a i s ,   t ê m

reconhecidamente a função de inibir herbívoros,

p o i s   em  a l t a s   c o n c e n t r a ç õ e s ,   f r u t o s ,   f o l h a s ,

sementes ou demais tecidos jovens tornam-se

impalatáveis aos fitófagos e, ainda, combinado a

a l g u m a s   p r o t e í n a s ,   e s t e s   t e c i d o s   r e s i s t e m

fortemente à putrefação (Monteiro  et al.,  2005).

Outras substâncias químicas secundárias que

produzam odor, como óleos essenciais, também

podem influenciar atraindo ou repelindo insetos

herbívoros (Edwards & Wratten, 1981).

A l é m   d o s   c o m p o s t o s   s e c u n d á r i o s ,   o u t r o s

mecanismos são utilizados pelas plantas para se

defenderem. Ribeiro & Fernandes (2000) apontam

que nas  plantas  es c leróf i las ,   fatores   como a

presença de tricomas, cera, e a esclerofilia, parecem

ter funções adaptativas contra a herbivoria.

Segundo esses autores, tais fatores representam

barreiras para os herbívoros chegarem até os

tecidos vegetais, fato responsável pela baixa

diversidade e abundância de herbívoros de vida livre

em ambientes esclerófilos do Cerrado.

Contudo, a adaptação de um inseto especialista à

p l a n t a   d e   q u e   s e   a l i m e n t a ,   p o d e   l e v á - l o   à

neces s idade absoluta de uma  subs tânc ia ou

condição teoricamente repelente, como um atrativo

para a alimentação ou oviposição. Os insetos

galhadores são um exemplo disso. Tais insetos

contornaram as adaptações adversas das plantas,

com o desenvolvimento de galhas entomógenas e

prefer indo ambientes  es c leróf i los   (Ribei ro &

Fernandes, 2000). Esse mecanismo de adaptação

s imul tânea é  chamado  co-evolução  (Howe &

Westley, 1988). Nesse contexto, o objetivo deste

estudo é responder ao seguinte questionamento:

existe relação entre as possíveis adaptações das

plantas contra a herbivoria e os insetos herbívoros?

 

                    O que há no cerrado?

  

     

   A segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente por uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central. Hoje, restam apenas 20% desse total.Típico de regiões tropicais, o cerrado apresenta duas estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com solo de savana tropical, deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga plantas de aparência seca, entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um tipo mais denso de vegetação, de formação florestal. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua biodiversidade . 

            Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo comércio ilegal.O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas. Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego, falta de habitação e poluição, entre outros. A atividade garimpeira, por exemplo, intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu assoreamento. A mineração favoreceu o desgaste e a erosão dos solos. Na economia, também se destaca a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão, que começa a se expandir principalmente a partir da década de 80. Nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado. Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas. 

Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi considerada uma área perdida para a economia do país.

Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se por cinco a seis meses. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios.

 

Área total: 
aprox: 2.100.000 km2
com ação antrópica: 700.000 km2

 

Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.


A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais densamente povoada.

      

     

 

Quais os tipos de plantas existentes  no cerrado?


Artigos completos:

#01 - Buriti Mauritia flexuosa
#02 - Cagaita Eugenia dysenterica
#03 - Lobeira Solanum lycocarpum
#04 - Jatobá-do-cerrado .Hymenaea stigonocarpa
#05 - Guaçatonga . Casearia sylvestris 
#06 - Velame-branco . Macrosiphonia velame 
#07 - Mama-cadela Brosimum gaudichaudii 
#08 - Pequi . Caryocar brasiliense
#09 - Araticum . Annona crassiflora 
#10 - Mangaba . Hancornia speciosa